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terça-feira, 26 de março de 2013

Ser mulher ostomizada é ...


Christiane e Cláudia Yamada

Mulher...
Ah Mulher...
Somos um pouco de tudo...Calmas, agitadas, lentas...! Vaidosas, charmosas, turbulentas...! Elegantes e repletas de inteligência...! Mulheres fortes e lutadoras...! Mulheres conquistadoras...! Mulheres duras, fracas...! Mulheres de todas as raças...! Mulheres guerreiras...! Mulheres sem fronteiras...! Mulheres...mulheres...
Somos mães, filhas, irmãs, esposas...
Não é fácil ser mulher!
Então se não é fácil ser mulher...imagina ser uma mulher ostomizada...
Em um mundo em que muitas pessoas valorizam apenas a beleza física e se esquecem de valorizar a “alma” e o coração...
Muitas vezes, a própria mulher ostomizada não se valoriza...
E acabam se esquecendo de que...

Ser uma mulher ostomizada não é apenas ter um ostoma no abdômen ou ser uma “portadora de bolsa de ostomia”, é saber que a sua cicatriz ou ostoma no abdômen vai muito além das dificuldades ou dor que você passou, eles são símbolos da sua luta, da sua vitória, é entender que você renasceu com a chegada do seu ostoma. É ser especial, é se sentir amada e respeitada do jeito que você é!

Ser mulher ostomizada é saber que apesar de todas as dificuldades que você passou, você foi capaz de enfrentar a batalha e sair vitoriosa!!! E o principal? Tem uma bagagem enorme para ajudar outras pessoas especiais como você, mesmo que seja apenas uma conversa de incentivo, carinho e amizade.

Ser mulher ostomizada é saber encarar a vida do jeito que ela é, fazendo as alterações necessárias para melhor se adaptar à sua nova condição de vida. É lembrar com saudade das coisas que fazíamos antes da ostomia, mas saber adaptá-las a nossa realidade. É aprender qual é o nosso limite, e fazer tudo o que quiser e tiver vontade! É entender que nós não somos “coitadinhas” por sermos ostomizadas, mas devemos ter orgulho por termos passado por situações tão difíceis e estarmos vivas e felizes.

Ser mulher ostomizada é ser guerreira, e ao mesmo tempo saber pedir ajuda ou “colo”, nós também temos os nossos dias difíceis!!!!!

Ser mulher ostomizada é ter uma opinião formada, mas respeitar o jeitinho de ser de cada pessoa, mesmo não concordando com tudo. É saber respeitar o próximo e as diferentes opiniões!

Ser mulher ostomizada é usar a bolsa de ostomia e continuar com charme, é saber que a bolsa coletora não tira em nada a feminilidade de uma mulher. É saber utilizar alguns truques (calcinhas de cintura altas, que ajustam a bolsa coletora ao corpo, calças de cintura alta, batinhas, vestidos...) para que o equipamento passe despercebido aos olhos das outras pessoas.

Ser mulher ostomizada é saber disfarçar a bolsa, se você não quiser que fiquem expostas e deixa-la a mostras se este for o seu interesse. É saber que tipo de roupa usar, quais acessórios podem combinar, e chamar a atenção para outra região do corpo que não seja o seu abdômen.

Ser mulher ostomizada é saber como lidar nos momentos íntimos, é saber que tipo de lingerie usar, como por exemplo, o estilo corpete, que além de proteger e segurar as bolsas, são bastante sensuais.

Ser mulher ostomizada é saber se divertir nas praias e piscinas, usando o modelo de maio ou biquíni que melhor se adapta ao seu corpo e à sua ostomia, sem medo de ser feliz!

Ser mulher ostomizada é saber que apesar de você ter algumas limitações, você pode aproveitar a vida e ser feliz, nada impede que você vá a festas, parques, viaje, namore, faça atividades físicas (com orientação médica)...

Enfim ser mulher ostomizada é mostrar que mesmo através da fragilidade, somos fortes o bastante para erguer sempre a cabeça. Sem desistir, pois sabemos que somos capazes de vencer, e sermos felizes!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Depoimento de Florentina Seabra

Acompanhem o emocionante depoimento de Florentina Seabra!!!

Minha história antes e depois da ostomia!!!

Bom, minha vida vinha seguindo o curso normal de uma família tradicional, um casamento de 33 anos com três filhos, sendo um casado e duas filhas, até que uma surpresa mudou todo o rumo da história. Eu e meu marido levávamos uma vida saudável, jogávamos tênis, fazíamos academia, tínhamos uma alimentação correta, porém nada disso impediu o câncer de surgir no meu intestino aos 49 anos de idade.
Percebi que algo estava errado durante as evacuações, pois ao me limpar vi que saia uma pequena quantidade de sangue no papel higiênico, até pensei que poderia ser uma inflamação da hemorróida. Porém, como meu pai era ostomizado, logo resolvi procurar um proctologista em Goiânia, (médico especialista no trato digestivo terminal) para verificar a causa do sangramento. Ao fazer o exame clínico a médica retirou dois pólipos no reto e encaminhou para exames laboratoriais e pediu uma colonoscopia. A médica alertou a minha filha para garantir que todos os exames fossem realizados, considerando a carga genética.
O resultado levou uma semana para sair. Não foi uma semana fácil, minha família estava muito apreensiva. Então, meu marido resolveu ir sozinho pegar o resultado e mostrar para a médica. Com a resposta de que os pólipos eram malignos a solução seria uma cirurgia. Meu marido ficou desesperado e foi ao consultório do meu sobrinho médico que também constatou que o caso era grave. Com a cirurgia marcada em Goiânia, a família do meu marido vendo o sofrimento dele comentou com uma parente de São Paulo que conhecia o Dr. Raul Cutait, médico do Hospital Sírio Libanês, especialista no meu caso. Com a expectativa de não ficar com ostomia, fui para São Paulo fazer a cirurgia com Dr. Raul. Todo o tratamento durou três meses. Foram vinte oito sessões de rádiooterapia, quimioterapia (comprimido) e finalizou com a cirurgia que me tornou uma pessoa ostomizada, curada e feliz.  Tudo isto foi possível porque eu queria muito viver e ter a possibilidade de estar ao lado de pessoas que amo tanto, minha família e amigos.
Apesar da cirurgia ter sido um sucesso, o sofrimento não terminou ali, eu e minha família tivemos que enfrentar o período de aceitação e uma separação. Após um ano eu e meu marido nos separamos.  Hoje, analisando o caso, percebo que o que faltou foi um suporte psicológico profissional para toda a família, um ponto muito relevante para ajudar a superar todo o processo de aceitação.
Então, segui em frente aprendendo dia após dia como viver com a ostomia.Descobri que eu era capaz de enfrentar a vida sozinha e voltar a fazer tudo o que eu fazia só que agora ostomizada.
Hoje levo uma vida quase normal, sou campeã de tênis, faço dança de salão, viajo para praia, vou à piscina, enfim vivo a vida com tudo de bom que ela tem a me oferecer.
Sou muito grata a Deus por ter me dado mais esta oportunidade de viver e também as pessoas que estiveram ao meu lado e foram fundamentais para o meu caminho de cura.



terça-feira, 12 de março de 2013

Depoimento de Arildo Gonçalves dos Anjos

Acompanhem o emocionante depoimento de Arildo Gonçalves dos Anjos, coordenador da (AOSP) Amigos Ostomizados de Piumhi




Sobrevivente do câncer e Ostomizado

Quando eu fiquei doente e fui submetido à radioterapia e quimioterapia, eu senti todas expectativas, dores, medos, e reveses que o câncer pode proporcionar. Eu tive a sorte de ser capaz de continuar o meu trabalho de cantor sertanejo com meu irmão, mesmo sentindo muitas dores. O que tornou isso possível foi a minha fé em Deus, força interior, pensamento positivo e o incentivo da minha família e da minha noiva, que hoje é minha esposa. Nenhum de nós está imune a doenças ocasionais. Uma em cada seis pessoas no mundo são diagnosticadas com câncer em algum estágio de sua vida, e eu fui uma dessas pessoas que foi premiada com um câncer de reto, a mais de oito anos, me deixando na qualidade de pessoa Ostomizada definitiva. A batalha contra o câncer foi vencida com a graça de Deus! Quanto a ostomia eu considero uma batalha constante, não comigo mesmo, mas sim com meus irmãos Ostomizados, que precisam da minha ajuda e da minha experiência como pessoa Ostomizada, para ajuda-los na adaptação desta abençoada cirurgia da vida. Hoje idealizado por mim, na minha cidade Piumhi situada no interior de Minas Gerais com pouco mais de 35.000 mil habitantes, temos um centro de apoio para pessoas Ostomizadas. O centro conta com: sala de atendimento ao Ostomizado, banheiro adaptado, masculino e feminino, sala de curativo e uma equipe multidisciplinar com: enfermeira Estomaterapeuta, assistente social, nutricionista, psicóloga e fisioterapeuta. Isso é um pouco da minha gratidão por estar aqui hoje dando este depoimento ao lado da minha esposa Raquel que tanto me deu força nos momentos mais difíceis, que agora segue me ajudando a amenizar o sofrimento e as dúvidas dos recém Ostomizados do nosso município, porque as dúvidas e as incertezas do recém Ostomizado são inevitáveis. A experiência do câncer é uma das mais transformadoras que uma pessoa pode viver. No primeiro momento todas as certezas vem abaixo de uma hora para outra, quase tudo perde o sentido. A vida inteira começa a ser reavaliada. E uma segunda vida começa a ser vivida. E é nesta segunda chance de vida que hoje chego a pensar que eu estava no lugar certo, na hora certa, quando sou solicitado para ajudar um recém Ostomizado.

sábado, 2 de março de 2013

Como fazer para conseguir suplementos ou medicamentos que não são disponibilizados pelo SUS?

Christiane e Cláudia Yamada

Muitas vezes uma pessoa, ostomizada ou não, precisa tomar suplemento nutricional (por um longo período) pelo fato de estar desnutrido por causa de alguma doença (como por exemplo, a Doença de Crohn). Porém, alguns suplementos ou mesmo medicamentos, não são disponibilizados pelo SUS, e a maioria deles tem o custo muito alto e, por isso, nem todos tem acesso. Então nós perguntamos....e agora? Eu preciso tomar o suplemento/medicamento que não é fornecido pelo SUS e não posso comprar, porém ele é essencial para minha saúde!!! Calma, se você reside no Estado de São Paulo, você pode conseguir com que este suplemento/medicamento lhe seja fornecido pelo SUS!!! Porém, vamos ser sinceras, não é fácil...é necessário preencher alguns formulários e apresentar laudos e documentos!!!

A solicitação de medicamento ou nutrição enteral para SES/SP consiste no requerimento de medicamento ou nutrição enteral que não são disponibilizados pelo SUS. Em caráter de excepcionalidade, quando todas as alternativas terapêuticas disponibilizadas forem esgotadas, porém é importante apresentar na literatura científica forte nível de evidência para sua utilização. 

Para conhecer o Elenco Estadual de Medicamentos disponibilizados pela SES/SP, visite o link:

Caso o suplemento/medicamento que você precise tomar não esteja nesta lista, você pode preencher os formulários para avaliação de solicitação de medicamento e suplemento enteral.

É importante ressaltar as normas gerais para solicitação:
- Pacientes precisam ser residentes no Estado de São Paulo;
- Tratamento de doença crônica, em caráter ambulatorial;
- Não será avaliada solicitação de fórmula de manipulação;
- Não será avaliada solicitação de medicamento de associações de substâncias que são disponibilizadas de maneira isolada pelo SUS;
- Somente será avaliada solicitação de medicamento ou nutrição enteral com registro na ANVISA, com autorização e comercialização no país;
- Não será avaliada solicitação de medicamentos utilizados no tratamento das doenças relacionadas na Resolução Normativa ANS 262, de 01-08-2011.

Quais são os documentos exigidos para fazer a solicitação?
1) Receita médica original, em duas vias, legível e com data inferior a 30 dias.

2) Formulário para avaliação de solicitação de medicamento ou nutrição enteral completamente preenchido, legível e com as assinaturas do Paciente ou Responsável, Médico prescritor e Diretor da Instituição.
Baixe os formulários nos seguintes links:

Formulário para solicitar Medicamento
-Preenchimento manual:

-Preenchimento eletrônico:

Formulário para solicitar Nutrição Enteral:
-Preenchimento Manual:

-Preenchimento eletrônico:



3) Cópia comum do CPF, RG, Cartão Nacional da Saúde – SUS (CNS) e Comprovante de residência com CEP. Para paciente menor de idade que não possui RG ou CPF, anexar cópia da certidão de nascimento e documentos do responsável.

4) Cópia dos exames complementares que justifiquem a necessidade do medicamento ou nutrição enteral.

Como encaminhar a minha solicitação?
Há duas maneiras de você encaminhar a solicitação para a Comissão de Farmacologia:

1. Protocolar diretamente em um dos 17 Departamentos Regionais de Saúde.
Para saber o endereço visite o link:
   
 2. Via Correios, para o seguinte endereço:

Comissão de Farmacologia 
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, nº 188,
Cerqueira César, São Paulo/SP 
CEP 05403-000

Para maiores informações visite o link: