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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Depoimento de Andrea Silva Regio

Um emocionante depoimento de Andrea Silva Regio!


APOIO DA FAMILIA É FUNDAMENTAL

Eu, Andrea Silva Regio, 41 anos, moro em Vila Velha- ES. No ano de 2009, deixei minhas duas filhas com minha mãe e fui visitar o meu marido em Toronto, Canada!
Nos primeiros meses foi tudo maravilhoso, visitei lugares lindos, conheci pessoas boas e amigas, trabalhei bastante também! Mas, em julho/2010, num belo dia de folga, tive um sangramento quando fui ao banheiro, conversei com uma amiga enfermeira, ela me falou que não era normal perder sangue nas fezes, então, me levou ao General Toronto Hospital (Canada).
O medico pediu vários exames, e rapidamente (muito rápido mesmo), já tinha o diagnostico... eu estava com Câncer no Reto. Na hora eu literalmente perdi o chão. Foi horrível, me senti perdida, mas dentro de mim, DEUS colocou uma força enorme, tremenda, juntei todas as forças recebidas e lutei para continuar viva!!!
Passei por uma grande cirurgia, onde houve a amputação do ânus, retirada do reto, retirada de parte do Intestino Grosso e parte da vagina, saindo assim da cirurgia, com uma Colostomia definitiva. Ao acordar, passei a mão na barriga e percebi que o Junior (meu Estoma) já estava comigo, e com uma roupa que eu nunca imaginava existir...uma bolsa de Colostomia.
Fui apresentada a uma enfermeira Canadense (Joane), muito simpática e prestativa, que me acalmou e explicou melhor sobre meu novo modo de vida! Ela, enfermeira Joane, segurou em minha mão e falou:
- Não se preocupe, eu vou te ajudar, e neste dia ela me apresentou a Hollister (a melhor do mundo ), que veio a ser minha companheira, recebi em casa por todo tempo as bolsas e placas fornecidas pela Hollister, assim como todos os produtos para cuidar de minha Colostomia nessa nova jornada, não desmerecendo das outras marcas, mas realmente a Hollister foi a que mais me adaptei. Mas, quando cheguei ao Brasil, no meu estado ES, procurei o posto de arrecadação, mas não tinha a marca Hollister, ai sim, fiquei muito triste.
Começaram as buscas por outras marcas, difícil adaptação (algumas não colavam em minha pele, surgiram alergias, várias tentativas. Jamais vou deixar de agradecer aos amigos e novos amigos que fiz nessa nova jornada, todos de grande valor para mim!
Agradeço a DEUS por ter minha família, que tanto me apoia e me ama.
Hoje vivo um dia de cada vez, dentro de meus limites, claro! Ciente de que DEUS me proporcionou a alegria de continuar a viver, ser feliz e cuidar de minhas filhas.
Deus, com todo amor, carinho e compreensão, me proporcionou uma nova chance de viver, e me apego a essa chance, sabendo que posso, que sou capaz, mesmo tendo algumas limitações, uma pessoa Ostomizada pode sim, continuar a ser feliz!
Quando passamos por um serio problema de saúde ou de igual tamanho, pensamos em desistir ou que não vamos suportar tal provação, mas a bondade de Deus é tamanha, e sei que o Senhor nunca da ordens aos seus filhos, sem antes preparar um caminho pelo qual suas ordens poderão ser cumpridas. Sei que o Senhor me ama, e que Ele esta comigo em todos os momentos, e essa nova vida, eu levo com amor, perseverança e agradecimento!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Em qual idade é mais fácil aceitar a ostomia?


Christiane e Cláudia Yamada

Muitas pessoas acreditam que só as pessoas idosas podem ficar ostomizadas, mas como a ostomia pode ter diversas causas, como por exemplo, o câncer, a doença de crohn, a retocolite, o megacólon, a polipose adenomatose familiar, a má formação congênita, acidentes, entre outros, uma pessoa de qualquer idade está sujeita a esta cirurgia.

Portanto podemos encontrar desde recém-nascido até idosos ostomizados, pensando nisso, surgiu a seguinte dúvida: Em qual idade é mais fácil aceitar a ostomia? Será que seria para a criança que desde pequena já cresceria “acostumada” com a sua condição de ostomizada, não teria passado ou não se lembraria de como é evacuar sentada no vaso sanitário? Ou para o jovem que tem mais habilidade física e conhecimento? Ou ainda para o idoso que tem muita experiência e já viveu quase tudo que tinha para viver, já aproveitou bastante a vida?

A aceitação da ostomia independe da idade, varia muito de pessoa para pessoa, do motivo pelo qual ficou ostomizada, do apoio de amigos e familiares, e muitas vezes a adaptação está relacionada com a força de vontade de cada um. Além disso, cada faixa etária tem seus prós e seus contras.

A adaptação na infância é difícil porque pode haver preconceito de familiares, das outras crianças, de professores da escola, e também muitas vezes pode existir o medo da bolsa descolar e a própria presença da bolsa pode acarretar insegurança e vergonha, o que prejudica o seu convívio com as outras crianças, fazendo com que ela deixe de brincar, passear, viajar, praticar atividade física, trocar de roupa ou tomar banho na frente de outras crianças, entre outras atividades. Além disso, muitas crianças não querem brincar com uma criança ostomizada por acharem que ela é diferente ou que podem “pegar” alguma doença, e os professores da escola tem medo de que a criança ostomizada se machuque em alguma brincadeira ou educação física.

 É muito importante que uma criança ostomizada seja tratada como uma criança normal, para que ela cresça em um ambiente saudável e tenha as mesmas oportunidades que qualquer criança da mesma faixa etária, ela não deve ser vista como uma coitadinha. É muito importante que seja explicado para ela o porquê dela estar usando uma bolsa coletora de fezes ou urina, pois muitas vezes elas se sentem diferente dos outros, tem suas dúvidas e não entendem porque precisam usar a bolsa coletora.

Na adolescência, é comum o ostomizado se revoltar, afinal é a fase dos namoros, das baladas, de viagens, dos passeios..., é o descobrimento de muitas coisas. Eles estão na “flor da idade”, e geralmente, com o uso da bolsa de ostomia, eles se sentem o patinho feio, não aceitam a sua condição de ostomizado, usam roupas inadequadas para seu tamanho com a intenção de esconder o volume da bolsa, se fecham em seu mundinho, se afastando dos amigos.

Eles acreditam que nunca irão encontrar alguém que goste dele/a, acreditam que nunca irão casar, construir uma família, ser feliz. Nesta fase, a grande preocupação é o namoro, muitos escondem a sua condição de seus namorados/as, com receio de que este/a termine a relação ao descobrir a sua verdadeira condição.

É muito importante trabalhar com o adolescente o fato de que quando ele encontrar uma pessoa que realmente a ame, ela estará ao seu lado independente de sua condição de ostomizada. O amor verdadeiro supera qualquer problema, qualquer deficiência, qualquer doença, não será por causa da ostomia que uma pessoa deixará de te amar.

Quanto as viagens e passeios, um ostomizado pode viajar para qualquer lugar ou passear como as outras pessoas, e com qualquer meio de transporte, mas é importante ter o cuidado de não esquecer de carregar sempre consigo uma bolsa com materiais e equipamentos reserva para caso ocorra algum “acidente”.

Em relação á roupa, é possível usar os mesmos modelos de roupa que você usava antes da cirurgia, basta adaptá-los!!! Aproveite e faça amizade com outros jovens ostomizados, participe de reuniões, grupos de apoio, grupos de internet.... troque ideias e experiência com seus novos amigos ostomizados! Você verá que ajudará muitas pessoas, assim como muitas pessoas te ajudarão também.

Já uma pessoa adulta, na fase mais produtiva da sua vida, tem seu emprego, sua família, e quando faz a cirurgia da ostomia muitas vezes acha que ficou inválido, se sente incapaz, infeliz..., mas calma, pare e pense, a ostomia, diferente do que você pensa, salvou a sua vida, é por causa dela que hoje você pode curtir a vida, ver seus filhos ou netos crescendo, lógico que você tem suas limitações, não pode praticar todos os tipos de atividade física (como lutas marciais, por exemplo), dependendo do seu serviço você precise mudar de função ou até mesmo se aposentar, mas a vida continua. Aproveite esta segunda chance que você teve e faça valer a pena!!!

Para um idoso a ostomia pode trazer incerteza, por causa das mudanças que ocorrem em seu corpo e das novas responsabilidades que surgem. Porém apesar da idade, o idoso é capaz de aprender a conviver com esses limites e ser ativo e participativo em sua nova condição. Muitas vezes os idosos necessitam de auxílio para manusear o equipamento e de estímulo para realizar a limpeza da pele periostomal, devido à diminuição da visão e a dificuldade com habilidades que requeiram coordenação motora. Alguns idosos, após a cirurgia da ostomia, se vêem como pessoa incapacitada e, assim, podem não se aceitar como ostomizado, pois ele muitas vezes se sente inválido e acha que não poderá participar ativamente das atividades sociais, preferindo a morte à ostomia. Por isso, precisamos mostrar ao idoso ostomizado a sua importância como cidadão, que ele pode sim ser ativo e detentor de uma grande experiência de vida, e que esta vida após a cirurgia não acaba, apenas recomeça com novos desafios.

Independente da idade em que é feita a ostomia, você precisa ter coragem para enfrentar o desconhecido e não deixar se abater, por mais difícil que seja o momento em que está vivendo. A ostomia é uma nova porta que a vida nos oferece, é a segunda chance que você está tendo para ser feliz. Depende apenas de nós para escrevermos novas páginas de alegria e felicidade. Portanto aproveite esta oportunidade e não decepcione as pessoas que lhe veem como exemplo de vida, como exemplo de superação!!!
 

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Depoimento de Viviani Gonçalves Mattos

Acompanhem o emocionante depoimento de Viviani Mattos, uma mulher linda, guerreira e vitoriosa!


Minha adorável vida de Ostomizada

Aceitação é um processo pelo qual você precisa passar. A aceitação de si mesma, das suas condições e do seu estilo de vida. As pessoas ao seu redor só precisam te amar pelo que é, e pelo o que conquista a cada dia, e isso só depende de você.

Quero contar a vocês a história de uma menina recém nascida que chegou a esse mundo com o seu destino traçado. Ela veio ao mundo para aprender a viver, e ensinar a vida àqueles que ainda não aprenderam. Essa garotinha sou eu.

Nasci em 12 de junho de 1986, com uma má formação congênita no aparelho digestivo. Aos dois dias de vida, fui submetida à cirurgia de Ileostomia, e ainda assim, desenganada pelos médicos, que disseram á minha mãe que não ficasse se apegando á mim, pois as chances de sobreviver eram quase zero, e que mesmo que eu sobrevivesse, a qualidade de vida que poderia ter seria péssima, pois além da Ostomia, minha estrutura óssea teria sido afetada, e no futuro, isso poderia me causar grandes problemas, como por exemplo, andar curvada e com dores extremas na coluna. Nesse caso, talvez morrer, fosse a melhor solução. E graças a esse "quase", estou aqui contando a minha história ao mundo.

Após 45 dias de internação, finalmente, fui pra casa. Foram necessárias apenas algumas trocas de fralda para que minha mãe percebesse que existia algo de errado comigo, me levou ao médico novamente e teve a notícia de que, além da ileostomia e da má formação na coluna, eu também sofria uma Incontinência Urinária, e usaria fraldas não só enquanto bebê, mas a minha vida inteira.

Confusa, minha mãe já não sabia mais o que fazer. Procurou por médicos, no decorrer dos meus primeiros anos, em busca de uma correção e melhoria na minha qualidade de vida, mas não obteve sucesso. Enquanto criança nada afetaria a minha vida, mas e depois de adulta? Como conseguiria enfrentar a vida nessas condições? E quanto aos preconceitos, a escola, as amizades, o trabalho, e até mesmo o namoro? Será que tudo isso seria possível? Claro que seria!

Naquela época meus pais não conheciam a bolsa de colostomia, eram necessários curativos constantes para que minha pele não sofresse com a acidez das fezes e urina. Mesmo assim, ela vivia em carne viva. Lembro-me perfeitamente de todos os acessórios e produtos que minha mãe usava a cada troca de fraldas, que ainda eram de pano. As roupas? Eram as mais confortáveis possíveis. Mas tudo muda quando crescemos, queremos andar na moda, vestir calças mais apertadas, blusinhas e etc.

Minha infância foi um pouco difícil, diante do preconceito que sofria das minhas primas, que não queriam brincar comigo por acharem que eu era diferente delas. Minhas tias brigavam com elas e diziam que não existia nada de diferente. Mas de nada adiantava, eram apenas crianças.
Quando fui pra escola agi e fui tratada como uma criança normal, claro que os professores sabiam da minha condição, mas minha mãe nunca deixou que me vissem como uma "coitadinha", pois sempre fiz tudo o que meus dois irmãos faziam. Em casa sempre fui tratada igualmente, o amor sempre foi incondicional pelos 3 filhos, e as broncas também. A ostomia nunca me impediu de aprontar.

Aos 7 anos meu pai descobriu que existia bolsa de colostomia, e que poderiam me ajudar. Eu não queria usá-las, eram estranhas, emborrachadas e ficavam presas na perna. Eu era pequena, e aquilo era enorme. Eu não queria trocar os curativos pela bolsa, como conseguiria usar shorts com aquilo? Meu pai me deu um desconto na época e continuou sua busca por algo que pudesse melhorar a minha qualidade de vida.

Aos 9 anos conhecemos a AOESP, Associação de Ostomizados do Estado de São Paulo, onde conheci a bolsa de colostomia (mais conhecia como "bolsa de caraia") mais adequada ao meu tipo de necessidade. Ela me ajudou muito e vem me ajudando até hoje, minha pele não vive mais em carne viva. E desde que comecei a usar, eu mesma faço as manutenções.

Na adolescência meus pais tiveram as mesmas preocupações que qualquer pai ou mãe teriam por seus filhos. Aos 13 anos de idade, estava na sexta série e, por descuido meu, alguns colegas de classe viram a minha fralda e começaram a zombar de mim, era final de ano e faltava pouco para acabarem as aulas, cheguei a implorar para meu pai e minha mãe que me tirassem da escola pois não queria mais estudar lá.

Terminei o ano e fui para outra escola, dessa vez na rua de casa, onde tive a chance de conhecer pessoas incríveis como a Val, minha melhor amiga. Lá, tomei muito mais cuidado com os acidentes que poderiam acontecer, não queria ter que mudar de escola novamente.

No mesmo ano comecei a sentir fortes dores na barriga, era a chegada da menstruação, e junto com ela, mais uma surpresa: Descobri que não havia passagem para saída da menstruação, e que teria que tirar o útero, lá se vai o sonho de ser mãe. ERRADO, entrei em choque no começo, mas depois passei a entender a situação, e mãe eu nunca desistiria de ser, afinal, há tantas crianças nesse mundo precisando de mãe, no tempo certo eu conhecerei a minha.

Engraçado como Deus traça o nosso destino, embora nos permita viver em condições um pouco mais difíceis, nos presenteia com anjos para caminhar ao nosso lado independente do clima que enfrentamos lá fora, e foi assim com a Val, que sempre esteve comigo nos momentos mais incríveis e mais difíceis também. Somos até hoje como metade uma da outra.

A escola acabou, e tive que aprender a enfrentar o mundo sozinha, encarar a vida, mostrar o meu verdadeiro valor, para que fosse realmente valorizada. Comecei a trabalhar e a sair a noite pra me divertir, sempre precavida de acidente com a bolsa. Frequentei festas, baladas, e em uma dessas formas de diversão, conheci outro anjo. O Tato, que logo se transformou em namorado, meu primeiro namorado.

Era uma nova vida, agora eu compartilhava a minha história com alguém que, possivelmente, viveria essa história comigo pro resto da vida. No começo tive medo de dizer a verdade sobre o que eu tinha e acabar perdendo ele, mas se fosse embora, não era o melhor pra mim. Não tive coragem de falar frente a frente e então decidi escrever, contei a minha história para que ele entendesse o que eu passei durante todos esses anos e o que eu esperava dele. Deixei-o escolher o que era melhor pra sua vida, pois só enfrentam uma vida assim, as pessoas realmente fortes. Ele foi alguém que me mostrou o quanto tenho valor, e o quanto posso ser amada.

Nossa relação foi de amor incondicional, sempre ouvia dele o quanto eu era linda e o quanto ele me amava. Isso me deixava forte para enfrentar qualquer obstáculo, pois sabia que ele sempre estaria comigo. Ele tinha um cuidado extremo comigo, uma preocupação gigante com o meu bem estar, sempre me ligava pra saber se estava tudo bem, se eu estava me cuidando e me alimentando direito, quase como um pai.

Aos 22 anos, em uma das vezes que fiquei internada por uma dor abdominal, conheci um médico Urologista chamado Flávio Haruyo Lizuka, que soube da minha história e me propôs uma correção do problema da Incontinência Urinária, onde eu deixaria de usar fraldas. Foram dias de estudo até que, finalmente, surge uma melhor maneira de corrigir. No dia 17 de setembro de 2008 fui levada ao centro cirúrgico para a correção. A cirurgia durou cerca de oito horas. Do lado de fora, minha mãe e meu namorado a espera de alguma resposta do médico em relação ao meu estado. As portas abriam e fechavam, nada de terminar a cirurgia. Ás 22 h., saí do Centro Cirúrgico e a única coisa que me lembro era da Val me dizendo "Oi maninha" e meu namorado me dizendo "Oi" também. Ele ficou o tempo inteiro ao lado da minha mãe me esperando. Entrei com esperanças de uma nova vida, e saí de lá uma nova mulher.

Ainda no hospital, no dia seguinte, não acreditava que estava sequinha, que não existia mais fralda, que eu estava bem. Ao colocar pela primeira vez uma calcinha, me emocionei, e pude ver que tudo na vida é possível, basta acreditar e querer mudar.

Saí de lá com algumas restrições de alimentos e recomendações do médico, que por teimosia, não segui nenhuma. Isso me resultou em algumas infecções e um quadro de Septcemia, (infecção muitas vezes fatal) me levando diretamente para UTI.

Meu amor pela vida sempre foi grande, e não seria agora que consegui realizar mais um sonho, que desistiria de lutar. Voltei pra casa após 6 dias de internação e passei a me cuidar mais.

Desde a adolescência, sempre gostei de me vestir bem, e com as roupas de praia não seriam diferentes. Foi quando conversando com uma de minhas primas, Vivian, soube que existiam os maiôs engana mamãe, (maiô na frente e biquíni atrás), mas eram muito difíceis de achar, as lojas que encontrei só vendiam maiôs clássicos. Foi aí que tive a ideia de desenhar meus próprios maiôs, fiz o primeiro e adorei, era azul manchado com verde e super moderno. Então comecei a desenhar vários, tive várias ideias, adaptei os mais lindos biquínis para maiôs que atendessem as minhas necessidades. Não podiam marcar, teriam que ser sempre estampados ou com um detalhe diferente na altura da barriga, para não transparecer o volume da bolsa. Foi um sucesso nas praias, várias pessoas olhavam e algumas até me perguntavam se era maiô ou biquíni.

Em 2009 comecei a faculdade de Ciências Contábeis e nunca mais reclamei da vida. Tenho orgulho de dizer que passei por tudo isso com muita fé e esperança, e hoje, o que eu quero, é mostrar á vocês o quanto a vida pode ser adorável, quem comanda ela é você. Você decide qual a cor da sua história. Eu escolhi a minha.